7.26.2008

uma outra coisa de um curtissimo espaço de tempo

(de ontem para dizer a verdade)

presenting Amelie :)

7.25.2008

retro, perspectivas e outras coisas de um curto espaço de tempo.

Descobri o meu "tipo".
Há duas semanas que sonho com a mesma coisa (reparem que usei a palavra sonho e não pesadelo).
"A&E"
Quando pinto as unhas fico sempre com uma mal pintada
Aina só fui uma vez à praia este ano.
Preciso urgentemente de coisas bonitas e novas para fotografar.
Tenho bebido mais água neste último mês que num ano inteiro.
A febre do desenho voltou a atacar.
Fase de selecção - tudo ou nada.
Será normal achar o Heath Ledger bonito no "Cavaleiro das Trevas?"
Se o conceito de platonismo existe, então é porque de facto não o estou a inventar.
Folia nos ilumine (e nos traga gente!)
Saudades de Amesterdão.

7.24.2008

história alternativa

Eu olhei para ti. No meio da multidão que podia abafar todo o contacto entre nós. No meio da multidão que podia abafar tudo menos o teu olhar avassalador que parecia directamente ligado ao meu coração desenfreado. Só sentiamos o sangue a subir a cara e a ficarmos vermelhos como morangos (e eu que não costumo ficar vermelha com facilidade). De repente as luzes apagaram-se. E quando voltaram lá estavas tu, de sorriso na cara. O mais bonito dos mil e um que ali se esboçavam perante ti. Mas tu olhavas para mim. A noite passou. Falei-te como se te conhecesse há muito. O sentimento de felicidade que me consumia fez-me subitamente lembrar do que sinto ao andar de montanha russa. Ou quando ouço a minha música preferida num concerto. É estonteante, sabes. Mal podia acreditar que estava ali contigo, só eu, sem alter-eu, ou uma versão aprimorada do meu eu só para ti. Simplesmente, e francamente eu. Olhámo-nos o tempo todo, que aos nossos olhos parecia ter parado.
No final apertaste-me a mão e deste-me um beijo. Hoje desenhei os teus olhos.

7.22.2008

work

a grafite

não consigo dormir...



goldfrapp :)

tomorrow will be a new day. just carpe diem...
Ia escrever aqui um texto todo bonito para descrever o meu estado de espírito neste preciso momento, mas estou demasiado ocupada a enfiar- -me num buraco e esconder-me de todos para o fazer.
Escrevo antes um dos meus poemas preferidos.

















Não posso adiar o amor para outro século

Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio

Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa


(terrivelmente platonizada. Neste momento adoraria que ninguém conhecesse este blog para poder escrever aqui o que realmente quero escrever. fico-me pelo meu livro.)

7.16.2008

Teatro Tapafuros (re)apresenta...


Espectáculo nos jardins da Quinta da Regaleira pelo Teatro Tapafuros.

De 3 de Julho a 14 de Setembro
5ª a Sábado: 22h Domingos 20h

encenação de Rui Mário, texto de Paulo Borges


bilhetes: à venda na Quinta da Regaleira e nos locais habituais,
Lojas Fnac, Bliss, Lojas Viagens ABREU, Livraria Bulhosa Oeiras Parque


blog oficial: http://tapafuros.blogspot.com/

As noites únicas de Sintra iluminam-se em inúmeros fogos coloridos, de mão em mão, rompendo talvez a humidade do nevoeiro, manto e véu da Serra, senhora. Fogo tão frágil este! Acompanha passos incertos no seu rumo, desconhecido o caminho que se faz caminhando, sussurrando inspirados pela música que se ouve, se respira. Esta é a noite de encontro e desencontro, a noite do riso, do choro. Olhos curiosos, os nossos.
Mãos cuidadosas as que animamos com luz. Corpo tão pequeno entre as árvores centenárias, as pedras antigas, a montanha, o mar, o globo azul! Tu és isso, sussurram palavras. Luz tão frágil mas que ilumina a noite inteira. Este é o palco do Mundo, Todo o Mundo e Ninguém. O Teatro do Mundo, onde serão personagens, todos terão tudo e nada para dizer: Quem és? Toma o pão… A menina dança?Não será talvez fácil contar Folia! Um ou outro olhar na noite, em visão cúmplice de mão dada, memória do que foi. Teatro-Ritual ou Ritual Teatro? As fronteiras diluem-se mas sempre mergulhando nas profundezas do tempo e dos espaços… O Teatro foi como é na Folia! Encontro com as formas do humano, comunhão do próprio humano nas suas diferenças e imensas semelhanças. Somos convocados ao caminho, descobrindo poesia e desvelando doces imagens, mistério pairando em fontes e grutas.A experiência quer ser total: Como o Teatro. Como um ritual… Tantos realizamos durante os dias, os anos, as vidas. Convoque-se a esta Folia! E faça o seu caminho, dance, ria! É Folia! Em noites que não esquecerá.

Tu és isso!

7.13.2008

(escrito de memória)


1. Um pequeno depósito de incredulidade no fundo dos teus olhos
2. Um breve estremecimento no movimento do coração (do meu coração)
3. A impressão de alguém olhando-te atrás de ti.
4. Uma voz familiar num sítio cheio de gente (que só tu ouves dentro de ti).
5. Um súbito silêncio entre as sílabas de certas palavras que fica depois a pairar perto dos lábios
6.  A ignorância de alguma coisa que ainda não sabes que não sabes.
7. Uma palavra só, aguardando, uma palavra que basta dizer ou não dizer, abrindo caminho entre ser e possibilidade.
8. O que não sou capaz de dizer, dizendo-me.
9. Eu (um lugar vazio) para sempre; tu para sempre.
10. Outras duas pessoas de que outras duas pessoas se lembram.
11. Esse país estrangeiro, o tempo.

Manuel António Pina

7.08.2008

Tenho só cinco frases.

Vou representar uma bêbeda
Que vende os filhos
Em Paris, no tempo da Comuna,
Tenho só cinco frases.

Mas também tenho que caminhar rua acima.
Vou andar como alguém liberto,
Uma pessoa que, além do álcool,
Ninguém quis libertar, e hei-de-
-me voltar, como os bêbedos que receiam
Que os persigam, hei-de voltar-me
Para trás para o público.

Examinei as minhas cinco frases como documentos
Que se lavam com ácidos, para ver se por baixo das
letras bem patentes,

Não há ainda outras.
Direi cada uma delas
Como um ponto de acusação
Contra mim e contra todos os que me olhem.

Se não tivesse ideias então pintava-me
Simplesmente como uma velha bêbeda
Depravada ou doente, mas eu vou entrar em cena
Como uma mulher bela que foi destroçada,
De pele amarela, outrora macia, agora devastada
Outrora apetecível, agora um horror tal
Que cada um pergunte: Quem
Foi que fez aquilo?

Bertolt Brecht